Apesar da deficiência em vitamina D está associado com o aumento no risco de inúmeras desordens, como hipertensão, infarto do miocárdio, diabetes do tipo 1 e 2, artrite reumatoide, esclerodermia, lúpus eritematoso sistêmico e câncer, nenhum estudo prévio investigou a associação com a disfunção sexual. O objetivo desse estudo é investigar a função sexual feminina e os sintomas da depressão em mulheres jovens com baixo nível de vitamina D. Esse estudo incluiu 14 mulheres com deficiência de vitamina D, 14 mulheres com insuficiência de vitamina D e 14 mulheres saudáveis.
O Female Sexual Function Index (FSFI), que é um questionário relatando todas as fases do ciclo sexual feminino, como satisfação sexual e dor na relação sexual nas últimas 4 semanas, avalia a atividade sexual. Seu resultado foi mais baixo nas mulheres com deficiência de vitamina D, enquanto o inventário de depressão de Beck (BDI-II) avaliou o estado de depressão das pacientes, que estava mais alta em mulheres com deficiência de vitamina D, porém não em mulheres com insuficiência de vitamina D nem as saudáveis.
Comparadas com mulheres com níveis normais de vitamina D, mulheres com deficiência de vitamina D foram caracterizadas com menores níveis de desejo sexual, orgasmo e satisfação enquanto, mulheres com insuficiência de vitamina D foram caracterizadas com um menor nível de desejo.
Os possíveis mecanismos que explicam a presença da disfunção sexual em mulheres com baixa vitamina D permanecem especulativos, porém níveis baixos de vitamina D, aparentemente tem um efeito desfavorável nos vasos sanguíneos, além de estar associado com a produção de óxido nítrico.
Consequentemente, a deficiência no fluxo sanguíneo afeta os órgãos genitais durante o ato sexual, ademais níveis baixos de vitamina D podem afetar a produção de hormônios que regulam a função sexual, principalmente o da testosterona.
Para corroborar com os resultados achados pelo teste BDI-II, a vitamina D está envolvida na excitotoxicidade da regulação neural, na redução do estresse oxidativo, e tem um papel na indução das sinapses das proteínas estruturais, fatores neurotróficos e de neurotransmissores.
Os receptores de vitamina D estão amplamente distribuídos pelo cérebro, o que parece ter um papel na patogenia da depressão.
É fato que, os resultados dos testes FSFI e BDI-II estão relacionados, um dos fatores associados em ambos os testes foi excesso de peso corporal, que é inversamente proporcional com o nível de vitamina D, além desse, a baixa autoestima e a tendência ao pessimismo podem explicar parcialmente os sintomas de depressão nos pacientes com deficiência de vitamina D.
P Evidencia-se, portanto, que, o baixo nível de vitamina D está associado com o mau funcionamento sexual feminino e com sintomas de depressão, a severidade aumenta de acordo com o nível de deficiência da vitamina D.
Publicado pela European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology em 2016